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Setembro amarelo: Maneiras de ajudar a prevenir o suicídio

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Um tema sério que nem sempre é debatido em sociedade: assim é o suicídio. Com índices crescentes em todo o Brasil, o Setembro Amarelo surge como uma forma de trazer o assunto à tona, ajudando tanto as pessoas que tem comportamentos suicidas, quanto a sociedade em geral, que pode colaborar para evitar que isso aconteça em seu círculo social. Para ficar atento aos sinais e intervir caso necessário, conheça maneiras de ajudar a prevenir o suicídio.

Setembro amarelo: mês da prevenção ao suicídio

Setembro amarelo-mês da prevenção ao suicídio

Setembro foi escolhido como o mês da prevenção ao suicídio ainda em 2014, em uma parceria entre a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) e o Conselho Federal de Medicina (CFM). O dia 10 é o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, mas a campanha acontece durante todo o mês de setembro, se estendendo ao longo do ano.

As pesquisas mostram o quanto o Setembro Amarelo é importante. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 800 mil pessoas morrem todos os anos por suicídio, ou seja, uma morte a cada 40 segundos. Em 2015, o suicídio foi considerado a segunda maior causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos no mundo. O Brasil não fica muito distante disso, a estimativa é que 32 pessoas cometam suicídio todos os dias.

A verdade é que, se você não passou por isso em seu círculo social, provavelmente conhece alguém que está vivendo o luto por alguém que cometeu suicídio. E embora muitas pessoas acreditem que falar sobre o tema é um estímulo para outros, especialistas em saúde mental discordam. Se as pessoas estiverem preparadas para lidar com um suicida, possivelmente teremos uma queda nesses números. Mas como isso é possível?

Como identificar o comportamento suicida

setembro amarelo- como identificar

Sem dúvidas, um grande desafio dos médicos e da sociedade é identificar comportamentos em uma pessoa que indiquem que ela corre o risco de atentar contra a própria vida. Fatores como a presença de doenças mentais (desde depressão até esquizofrenia), aspectos psicológicos, condição de saúde limitante ou até o sentimento de pressão social podem influenciar na decisão do suicida.

Isso não significa que toda pessoa depressiva ou aqueles que perderam um ente querido vão cometer suicídio. Em termos de números, a maioria dos suicídios é feito por homens, com idade entre 15 e 30 anos e acima de 65 anos, sem filhos, que moram na área urbana, desempregados ou aposentados, muitas vezes socialmente isolados e sem relações afetivas significativas (são solteiros, separados ou viúvos), mas isso não exclui mulheres e até crianças de atentarem contra si mesmos. Independente do perfil, geralmente essas pessoas dão sinais.

Um comportamento comum entre os suicidas é o isolamento e a perda de interesse em atividades que a pessoa costumava gostar. Pode haver também um sentimento de abandono, problemas com a família, no trabalho ou com relacionamentos pessoais. Além disso, também apresentam uma desesperança em relação ao futuro.

Também é importante ficar atento às mudanças bruscas de humor. Se uma pessoa que está passando por problemas e costuma apresentar um comportamento estressado ou preocupado, e de repente surge extremamente feliz, pode ser um alerta que indica que ela já concluiu que a solução é a morte. Afinal, na maioria das vezes o suicida não quer morrer, mas quer acabar com seus problemas.

Ficar atento também vale para quem tem filhos pequenos ou adolescentes. Por problemas com amigos, na escola ou mesmo situações extremas de bullying, um jovem pode ser levado ao suicídio. O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), dos Estados Unidos, registrou em 2015 1.537 suicídios entre os homens e 524 entre as mulheres com idades entre 15 e 19 anos.

Maneiras de ajudar a prevenir o suicídio

setembro amarelo- ajudar a prevenir

Foi somente nos últimos anos que a discussão sobre o suicídio chegou à todas as esferas da sociedade. Talvez por isso a maioria dos jovens e adultos não se sintam preparados para lidar com uma pessoa que está passando por problemas, com dúvidas sobre como ajudar a prevenir o suicídio.

Se você notar comportamentos que indiquem perigo em algum conhecido, incentive que o mesmo busque ajuda e informação. Muitas vezes, o desejo de morte começa com uma depressão, uma doença que pode e deve ser tratada. Porém, algumas pessoas tem dificuldade em admitir e até mesmo vergonha de estar passando por um transtorno mental. Ser empático e dar direções como esta pode ajudar a pessoa a entender que não há nada de errado em ter depressão.

Outra dica é estar preparado para ouvir. Um dos principais motivos pelos quais os homens se suicidam mais que as mulheres é que há uma tendência natural para que eles sejam mais “fechados”. Tente se manter neutro, ouvindo e acolhendo o que a pessoa tem a dizer, sem fazer julgamentos.

Pode ser que, ao se sentir confortável, a pessoa em questão revele à você que tem pensamentos suicidas. Evite reagir desvalorizando o sentimento dele, foque em compartilhar o que a pessoa está passando. Muita gente acredita que ao “avisar” o suicida está apenas querendo chamar a atenção para si, mas a verdade é que esse é um sinal importante de que a pessoa precisa de ajuda e não deve ser ignorado. Se alguém ameaça se matar, é possível que ela não esteja mentindo. Ajuda médica é essencial.

É importante lembrar que um suicida não afeta somente à si mesmo quando comete o ato. Para cada morte, pelo menos seis pessoas são impactadas diretamente, seja familiares, cônjuge ou amigos. Assim, o suicídio se torna uma questão de saúde pública, que merece ser debatido para que todos conheçam as formas de prevenção.

Tenho pensamentos suicidas, o que fazer?

Se você está passando por isso, o primeiro passo é buscar ajuda! Procure um psicólogo ou um psiquiatra para conversar sobre seus sentimentos. Esse profissional poderá te ajudar, diagnosticar um possível transtorno mental e devolver à rotina normal à sua vida. Não deixe para depois!

E lembre-se: caso o sentimento fique muito forte, você pode recorrer ao CVV, o Centro de Valorização à Vida. Essa instituição funciona 24 horas, conta com telefone gratuito (188) e chat online com uma equipe treinada para dar suporte e te ajudar a passar por momentos difíceis.

Atenção à sua saúde e a saúde de seus entes queridos é fundamental para que o Brasil pare as taxas de suicídio. Cuide-se e cuide de quem está ao seu redor!